Arleny Valdés assume o PCdoB sanjoanense, mas com críticas ao governo cubano

A médica cubana Arleny Valdés está à frente da Secretaria de Saúde de São João da Barra e, recentemente, assumiu o comando do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Como sempre criticou o governo de Cuba, um regime comunista, gerou ainda mais repercussão a sua filiação. Em entrevista ao Manchete Podcast (confira o vídeo abaixo) desta segunda-feira (02), ela comenta sobre o assunto, além de pontuar avanços na sua pasta, citar a situação da Santa Casa, se posicionar em relação a denúncias envolvendo medicamentos. Sobre política, conta que não tem ambição eleitoral, mas se coloca à disposição do grupo. Ela destaca seu ideal de esquerda e diz ver diferenças entre o regime do seu país e as propostas do PCdoB no Brasil, que, destaca, tem “um olhar diferenciado para aqueles que mais precisam”.

— Cuba é um país diferente, unipartidário por Constituição. Para mim, o principal partido de Cuba é um só: a falta de democracia, a falta de liberdade de expressão. Você não pode ter um ideal diferente, um partido diferente, não pode opinar diferente, não pode questionar. Para mim, o problema de Cuba não é o socialismo, o comunismo, o pensamento de esquerda. O problema de Cuba é a falta de liberdade de expressão.

Arleny conta que já são mais de 150 filiados ao partido. Seu ingresso, foi por decisão de grupo, já que o PCdoB faz parte da federação com o PV e o PT, partido da ex-prefeita e atual deputada estadual Carla Machado, aliada da atual prefeita do município, Carla Caputi (sem partido). Segundo a secretária de Saúde sanjoanense, até mesmo com os companheiros de partido que simpatizam com o governo cubano, ela expõe suas críticas. “Não concordo com tudo do meu governo em Cuba, senão eu não seria tão rebelde como tenho sido algumas vezes, com minhas postagens contra o governo de Cuba. Mas isso não quer dizer que eu seja de direita. Eu tenho um perfil de esquerda, estou no Brasil seguindo a minha orientação política no Brasil, que não tem nada a ver com Cuba”.

Em relação à Saúde de SJB, Arleny pontuou vários avanços após a pandemia, como novas cirurgias e exames, além de especialidades pediátricas. “Todos esses avanços têm sido para levar a Saúde mais perto da população. Para evitar que o sanjoanense tenha que se deslocar até Campos, até o Rio. Isso só ocorre nos casos de alta complexidade, porque a média e baixa complexidade nós estamos fazendo no município”, afirmou.

Comentou ainda sobre a situação da Santa Casa, dizendo que é um tema delicado. Sem muitos detalhes, falou de problemas internos. Afirmou que a instituição filantrópica é o hospital de SJB. “Nosso convênio com a Santa Casa é auditado mensalmente”, pontuou, lembrando que vem observando a pedido da prefeita a situação interna da Santa Casa.

A médica cubana conta que sua situação está regularizada para participar do próximo processo eleitoral, mas esse não é o seu desejo pessoal. “Não tenho nenhuma ambição, mas sigo orientação do meu grupo, vou fazer o que Carla Caputi e Carla Machado me solicitarem. Por enquanto, meu objetivo dentro do governo é continuar fazendo meu trabalho na Secretaria de Saúde da melhor forma possível, me dedicando como sempre me dediquei à população. Tenho um perfil mais administrativo, mas de cuidar do que eu gosto: gosto muito da Saúde, é minha formação. Se precisar, estou à disposição, mas não é meu interesse pessoal”.