- 21/11/2024
Em um evento marcante que celebrou os 50 anos da primeira descoberta de petróleo na Bacia de Campos, a Petrobras revelou um plano de investimentos na ordem de 22 bilhões de dólares, (equivalente a R$ 130 bilhões) para revitalizar a produção de seus campos maduros e estima a geração de cerca de 25 mil empregos até 2029, com grande parte das vagas na região Norte Fluminense. Os investimentos constam de novo plano de negócios, que foi aprovado pela diretoria no último dia 14 e será aprovado pelo Conselho de Administração no próximo dia 21 de novembro.
Diante dos impasses e indefinição quanto à licença para a exploração do petróleo na Margem Equatorial, no Norte do País, a Petrobras volta a apostar na Bacia de Campos, a mais antiga província petrolífera de grande porte no Brasil e cuja produção começou a declinar na década passada.
“Este é o maior programa de recuperação de ativos em campos maduros em águas profundas do mundo. A Bacia de Campos, um dos principais polos de produção de petróleo do Brasil, será o foco principal da Petrobras nos próximos anos”, disse em nota a petroleira.
Hoje com 62 áreas produtoras e outros 17 blocos em fase de exploração, a Bacia de Campos pode ter 25 novos blocos leiloados até 2025 e com novas áreas a serem descobertas. No leilão da Agência Nacional do Petróleo (ANP) que deve ocorrer no ano que vem, serão incluídos seis novos blocos, que estão dentro do polígono do pré-sal, sob o regime de partilha.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que a Bacia de Campos está prestes a recuperar um lugar de destaque na estratégia de crescimento da Petrobras.
“A Bacia de Campos aponta hoje o futuro da nossa atividade, através dos investimentos em pesquisa e inovação na revitalização dos campos maduros, além da exploração em águas profundas. Temos muito trabalho pela frente e certamente com a colaboração de todos vamos construir um futuro de mais sucesso para a Petrobrás, para o Estado e para o Brasil”, disse.
Chambriard acrescentou ainda que quer acelerar os investimentos na revitalização da Bacia de Campos, que levou a Petrobras a desenvolver alta tecnologia de produção em águas profundas e colocou a estatal no mapa global do petróleo. Com essa fronteira petrolífera, em dez anos a companhia triplicou sua produção, até então majoritariamente terrestre, passando de 200 mil barris por dia para 600 mil entre 1974 e 1984.
Sylvia Maria Couto dos Anjos, diretora executiva de exploração e produção da estatal, reforçou que “a Bacia de Campos continuará sendo um pilar estratégico nas operações em águas profundas, garantindo a competitividade da estatal no mercado global”.
O investimento será direcionado para intervenção em poços já em operação, perfuração de novos poços, bem como para a instalação de plataformas mais modernas. As oportunidades contemplam tanto para trabalhadores experientes quanto para aqueles que buscam o primeiro emprego.
A Petrobras estima produzir um volume acumulado adicional de 860 milhões barris de óleo equivalente no campo de Marlim, na Bacia de Campos, como resultado do projeto de revitalização do campo. O número considera o volume total de petróleo a ser produzido até 2048, ano previsto para final do prazo de concessão. Antes da revitalização, a expectativa era de que a produção de Marlim se encerrasse em 2025 com a devolução do campo.
“Ainda há um relevante volume de petróleo a ser produzido em Marlim. Estendemos a vida útil do campo em 23 anos e queremos alcançar com o projeto a produção acumulada adicional de mais de 860 milhões de barris de óleo equivalente nesse campo”, disse Mariana Cavassin, gerente executiva de Projetos de Desenvolvimento da Produção da Petrobras.
O portfólio de investimentos abrange a instalação de quatro novas plataformas de produção, nos campos de Jubarte, Albacora, Barracuda-Caratinga e Raias Manta e Pintada (todas em Campos), além de cerca de 100 novos poços que serão interligados tanto nas novas unidades quanto nas que já estão instaladas, trazendo aumento no fator de recuperação dos campos e de campanha exploratória. No escopo do projeto ainda consta a substituição de nove plataformas por dois navios-plataforma chamados de FPSO).