Baixa cobertura vacinal eleva número de síndromes respiratórias graves em crianças

O número de crianças com Síndromes Respiratórias Agudas Graves (gripe, bronquiolite e pneumonias virais e bacterianas) tem crescido consideravelmente em Campos. O subsecretário de Vigilância em Saúde, o infectologista Charbell Kury, faz um alerta para que pais e responsáveis levem os filhos menores de cinco anos de idade (4 anos, 9 meses e 29 dias) para serem imunizados contra o vírus da Influenza (gripe) e SARS-Cov-2, que causa a Covid-19. A preocupação vem em decorrência da baixa cobertura vacinal no município.
Em Campos, das 32.035 crianças aptas a receberem a vacina contra a gripe, somente 3.429 foram vacinadas, uma cobertura de apenas 10.70%. Já de Covid-19, foram aplicadas 75.852, entre primeira, segunda e terceira doses do imunizante, para um público-alvo de 6 meses a 11 anos.
“A baixa cobertura de vacinação tem impactado diretamente na saúde das crianças, levando-as a internações em CTI e a quadros graves, como bronquiolite e pneumonia, que geralmente evolui para a pneumonia bacteriana, derrame pleural e necessidade de cirurgia no pulmão. Além disso, a chegada de uma nova vacina para a cepa XBB da Covid é uma excelente notícia, pois ajudará a prevenir novas variantes da doença. É crucial que as pessoas sejam vacinadas tanto contra a gripe quanto contra a Covid para criar um escudo de proteção contra as síndromes respiratórias graves”, reiterou o médico.
Charbell destaca que a gravidade das Síndromes Respiratórias Agudas Graves difere de infecções mais leves das vias aéreas superiores, como sinusite e otite. Essas síndromes estão relacionadas a dificuldades respiratórias e afetam as vias aéreas inferiores, atingindo os pulmões. Cuidados básicos em casa e manter o calendário de imunização atualizado são boas maneiras de prevenção contra essas patologias e outras enfermidades.
“O aumento exponencial de casos de influenza e do vírus sincicial respiratório em Campos e na região Norte Fluminense é preocupante, principalmente entre os meses de abril e maio. Além dos cuidados com a etiqueta respiratória, como cobrir a boca ao tossir e espirrar, é essencial evitar expor bebês menores de dois meses a ambientes públicos lotados, como shoppings, e proceder sempre a lavagem nasal com soro fisiológico. Priorizar o processo de vacinação adequada, especialmente contra a gripe e a Covid, é crucial para proteger a saúde das crianças”, aconselhou.
A engenheira ambiental, Juliana Rangel dos Santos de Souza, 34 anos, mãe do José Elias, 6, e do Gustavo, de 6 meses, mantém o cartão de imunização dos pequenos sempre em dia, principalmente neste período, onde a incidência de viroses e outras patologias é ainda maior. “Eu tenho o maior cuidado em relação à vacinação dos meus filhos, visto que são tantas enfermidades que aparecem e a vacina é uma das barreiras mais importantes para que essas doenças não acometam nossas crianças”, disse.