Crescem quadros de conjuntivites virais e especialista alerta para sinais e sintomas

A primavera é o período relacionado a polinização e também de ativação das doenças alérgicas, principalmente as conjuntivites virais que se manifestam por coceira e olho vermelho, segundo informou o infectologista e responsável técnico pela Vigilância em Saúde de Campos, Charbell Kury.

A doença, apesar da pouca gravidade e de ser autolimitada, provoca muito incômodo e é altamente contagiosa. A transmissão acontece pelo contato direto com a pessoa acometida pelo vírus ou com objetos contaminados que tenham entrado em contato com o olho afetado. O período de incubação é de 3 a 4 dias e o curso da doença é de 7 a 10 dias.

“Nós estamos com a epidemiologia das doenças infecciosas virais totalmente desorganizada e somente a partir de 2024 que voltará à normalidade. Dessa forma, temos observado surtos de Adenovírus, Coronavírus, Rinovírus e outros vírus em períodos atípicos, que de alguma forma, fazem quadros de conjuntivite viral que pode, dependendo do quadro clínico da pessoa, evoluir para conjuntivites bacterianas, sendo necessário tratamento com antibiótico”, explicou o médico.

Os principais sintomas da conjuntivite são queimação, prurido, sensação de corpo estranho na vista (inicia-se unilateral e pode envolver o outro olho alguns dias depois), lacrimejamento, hiperemia (alteração na circulação sanguínea), edema palpebral e pontos de hemorragia subconjuntival.

Dentre os cuidados necessários estão: evitar colocar as mãos nos olhos; não coçar os olhos; lavar as mãos com frequência com água e sabão; não compartilhar toalhas, travesseiros, almofadas, maquiagens, cosméticos e colírios; lavar o nariz com soro, pois a hidratação no local ajuda a melhorar o olho; lavar o olho com chá de camomila gelado ou água limpa também gelada.

“Se não houver melhora do quadro clínico com esses cuidados iniciais, é recomendado que o paciente procure uma assistência hospitalar, devendo sempre no quadro de vigência de doença alérgica usar antialérgico e procurar um médico o mais rápido possível”, recomendou Kury pontuando, também, “evitar o uso de soro e água boricada nos olhos”.

As irmãs Mariana e Priscilla Tavares, de 39 e 42 anos, respectivamente, sabem muito bem o quanto a doença incomoda. Elas, que são comerciantes, contraíram o vírus quase que ao mesmo tempo.

“Muita coceira no canto da vista e uma sensação de ter areia no olho, porque fica arranhando. É horrível”, disse Mariana. “Comecei sentindo o olho direito lacrimejando muito e depois ficou todo vermelho como se tivessem estourado alguns vasos na vista. Muita ardência, coceira e secreção”, completou Priscilla.