Fim da pacificação acirra embates na Câmara de Campos

O anúncio do fim da pacificação política de Campos (aqui), logo no começo da sessão desta terça-feira (10), esquentou os embates na Câmara. Para além da abertura da CPI da Educação, a base, maioria na Casa, reprovou pedidos da oposição que tentava convocar secretários do governo Wladimir Garotinho (sem partido) para esclarecimentos na Casa. Vice-líder do governo na Casa, Juninho Virgílio utilizou a tribuna para cobrar dos vereadores de oposição que entreguem os cargos que têm na Prefeitura.

O primeiro requerimento de convocação foi do presidente da Fundação Municipal de Esportes (FME), Luciano Viana. O objetivo era esclarecer o episódio no qual um veículo oficial estava parado em um restaurante em Rio Bonito. O caso, segundo o vídeo que viralizou nas redes sociais, ocorreu no domingo. Na sequência, o requerimento era para convocar o ex-presidente da Câmara, Fábio Ribeiro (PSD), atual secretário de Obras, para falar em relação à sinalização das vias que passam por obras no município.

A base, que é maioria, reprovou os dois pedidos. Líder do governo, Álvaro Oliveira (PSD) disse que é a favor a tudo que precisa ser apurado, mas que é contra a uma convocação dos titulares das pastas, antes de um convite. A oposição questionou que outros convites foram propostos, mas que não havia retorno por parte do estafe administrativo.

Depois de muitas trocas de farpas, e discursos irônicos, entre vereadores da base e da oposição. Marquinho Bacellar (SD), presidente da Casa, reafirmou que está encerrada a pacificação. “O que está aqui é claro: pacificação acabou! Quem gosta de paz é pomba branca. A gente vai trazer os problemas aqui, e vão ser mostrados os problemas aqui. Doa a quem doer”, afirmou.

Vice-líder do governo, Juninho Virgílio rebateu: “Foi bom que foi avisado que essa pacificação acabou. Na verdade, eu também não queria ficar nessa pacificação ‘caracu’”, pontuou. Houve confusão no plenário, já que Marquinho Bacellar interrompeu a fala de Juninho, pedindo para retirar de ata o termo, e houve manifestações. Algumas pessoas foram retiradas da plateia;

O vice-líder prosseguiu: “Mantenho o que falei. O prefeito várias vezes tentou a pacificação, foi várias ofendido ele e a família. Se controlou. (…) Hoje nós fomos pegos de surpresa, como fomos pegos na LDO. (…) Se a pacificação acabou, e vocês informaram isso a gente agora, abrindo CPI, que vocês tenham a hombridade, de quem tá na oposição que tem cargo, que tem secretaria (no governo), que entregue. Eu vou cobrar isso do prefeito. Vocês têm cargos no governo e ficam aí atacando a todo tempo”.

Marquinho Bacellar disse que o fim da pacificação já estava claro. “Eu acho que desde 12, pelo menos, os vereadores já sabiam que não tinha mais a pacificação, porque o prefeito não atendeu o pedido do presidente para uma reunião geral. (…) Como essa pacificação foi costurada lá pela capital, com o governador, presidente da Alerj e prefeito, fui ao Rio e comuniquei que o prefeito não estava mais nos atendendo”, pontuou.

O blog já tentou contato com Wladimir sobre o fim da pacificação e também a abertura da CPI. Mas não houve resposta até o momento.

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