Marquinho avalia fala de Wladimir como tentativa de minimizar problemas

O presidente da Câmara de Campos, Marquinho Bacellar (SD), respondeu a vários pontos da entrevista do prefeito Wladimir Garotinho (PP) ao Manchete Podcast (aqui). Para Bacellar, ao falar das denúncias levantadas por deputados estaduais em relação ao Hospital Geral de Guarus (HGG), afirmou que “o governo gosta de minimizar problemas”. No campo político, o presidente da Câmara rebateu Wladimir, que disse faltar habilidade da oposição, que perdeu a maioria na Casa. “Não falo em falta de habilidade, talvez de secretaria”, pontuou. Parte da entrevista também repercutiu na sessão da Câmara dessa terça-feira (21).

Para Marquinho, Wladimir está mais preocupado em definir a quem cabe à fiscalização do que resolver os problemas do HGG.

— A denúncia feita pelos deputados foi há um mês. E não foi pontual como ele gosta de dizer, não foi apenas um caso encontrado por eles. O do médico que mora na Bahia foi o mais escandaloso. Mas também tem aqueles que assinaram ponto no futuro. Eles já se empenharam para resolver tudo isso? O governo gosta de minimizar problemas. Em uma matéria que foi ao ar neste fim de semana, teve paciente falando que não tem medicação, reclamando da falta de médicos. Nas imagens dá para ver que as pessoas estão amontoadas na enfermaria. Sem contar que tinha gente com suspeita de Covid e outra com diagnóstico de tuberculose, junto com os outros pacientes. Aí a Prefeitura só fala que foi um erro pontual?  Fácil ter essa resposta quando a sua família machuca o braço e vai para o hospital particular — pontuo o presidente da Câmara.

Na questão política, Wladimir chegou a falar que a oposição deveria se preocupar com a montagem de nominatas. “Prefeito, pode ficar tranquilo! Se preocupa em governar, em resolver os problemas da cidade. Deixa eleição para o ano que vem”, disse o presidente da Câmara. Ele também voltou a rebater a afirmação de Wladimir, em relação a um café na casa do vereador Igor Pereira (SD). “Ele só me chamou porque ele iria à casa do vereador que mora na frente da minha casa. Já falei”.

Wladimir, ao ser questionado sobre a falta de habilidade no primeiro ano de mandato, ao perder a maioria na Câmara com cinco meses de gestão, disse que a falta de habilidade mudou de lado, já que agora conta com 16 vereadores na base. “Já dei minha opinião sobre isso. Mudar de lado faz parte da democracia. A ideologia dos vereadores deve ter mudado, não sei. Não falo em falta de habilidade, talvez de secretaria”.

Outra resposta de Marquinho foi em relação ao Cartão Goitacá. O prefeito sustentou que não houve falha do governo, mas que encontrou uma pessoa à lotada no gabinete da presidência que recebia o benefício. “A pessoa que ele cita entrou no programa em junho de 2022. Só começou a trabalhar em abril de 2023. Desde então, até outubro, passaram seis meses. O que aconteceu com o cruzamento de dados? Ele não falou que as pessoas são retiradas automaticamente. Por que ela não foi retirada antes? Acho engraçado que só o prefeito, em um domingo à noite, com toda sua experiência, conseguiu fazer esse cruzamento no meio de 17 mil beneficiários”, relatou.

Repercussão na Câmara

Na sessão da Câmara dessa terça (21), parte da entrevista também repercutiu. Após a base do governo fazer pedidos de informação sobre as contas da Câmara, Marquinho entrou com pedidos de informação rejeitados pela base. O presidente da Câmara, então, lembrou que na entrevista Wladimir falou sobre a competência dos vereadores de fiscalizar o governo. “Prefeito, como eu vou te fiscalizar se os seus vereadores não deixam o meu requerimento chegar até a você? Responde isso em outra entrevista que você der. ‘Gente, os vereadores de oposição não conseguem me investigar, a não ser na Justiça, porque os meus vereadores não deixam a investigação chegar até a mim’”.

Além disso, falou sobre a citação de Wladimir a uma possibilidade de destituição da Mesa, por conta de, na visão do prefeito, atropelos ao regimento. “Estou pouco me lascando para qualquer outro processo que vocês cão botar contra mim. Seja de destituição, cassação, não me diz nada. Vou seguir dentro do que eu penso, dentro do que minha equipe trabalha, dentro do que nós vereadores aqui de oposição discutimos. Vou seguir os parâmetros da minha equipe, não vou seguir pressão externa”,

Marquinho também respondeu sobre a fala em relação a ele ser candidato a prefeito de Campos. “O prefeito está querendo mandar no meu mandato, quer que eu venha a prefeito. Muito me honra ser cogitado para disputar a Prefeitura. Acho que a pessoa tem que estar muito preparada para estar lá, e, como já disse, estou aprendendo. Seria um desafio, se fosse a vontade do grupo. Acho que o prefeito que está lá não está pronto, está provado para mim que não estava pronto. Tanto que é o pai dele que toma algumas decisões”.

E questionou a fala de Wladimir sobre pré-candidatos de fora, como Carla Machado (PT) e Fillipe Poubel (PL). Você importou secretário de Niterói, adere ata de Caxias, ata de São João da Barra. Tudo que é de fora não é ruim, prefeito? Qual o problema? Só por ser de fora não vale nada, não presta?”.