- 30/09/2024
A Prefeitura de São João da Barra realiza o monitoramento permanente da Lagoa de Grussaí, no 3º distrito do município, e os consequentes impactos para os moradores do entorno, devido ao transbordamento. Na última semana, uma ação foi realizada por agentes de diversas secretarias municipais. Não há nenhum caso de família desabrigada ou desalojada, mas em caso de emergência, já que alguns moradores encontram dificuldades de acesso às suas casas, o contato deve com o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp), pelos telefones (22) 2741-1190 ou (22) 99915-3153 (ligação e WhatsApp). A Defesa Civil Municipal vai solicitar um parecer do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) sobre uma solução adequada.
Secretária municipal de Meio Ambiente e Serviços Públicos, Marcela Toledo diz que é compreensível a apreensão dos moradores da região, mas destaca que medidas extremas, como a abertura da barra, são complexas e que é preciso ponderar os riscos e ameaças que podem gerar. “É normal nessa época do ano a elevação do nível das lagoas que têm uma faixa marginal alagável de no mínimo 30 metros. Porém, o problema é que as pessoas têm os seus quintais dentro dessa margem que não é edificável e acabam sofrendo o impacto”.
A Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Públicos do município elenca diversos pontos, que, no momento, desaconselham a abertura da barra da Lagoa. Entre eles, os possíveis impactos ambientais, sobretudo neste período em que a piracema, período de reprodução dos peixes, terminou há poucos dias. Consequentemente, a atividade pesqueira seria prejudicada, assim como a agrícola, já que a ação diminuiria o nível do lençol freático. Outro ponto é que o período de chuva está chegando ao fim e a água da Lagoa é fundamental para o equilíbrio do sistema hídrico local, especialmente em períodos de estiagem, como o que se aproxima. E a cheia no fim do período de verão faz parte do processo natural da Lagoa.
Em um momento de aumento dos casos de dengue, também é levado em consideração que a abertura da barra poderia criar novos focos de proliferação do mosquito Aedes aegypti, já que geraria diversos pontos de acúmulo de água inacessíveis ao tratamento. Na ação realizada na última quinta-feira, 7, pela Prefeitura no entorno da Lagoa, o Núcleo de Controle de Zoonoses deu continuidade ao trabalho preventivo para eliminar focos de mosquito em determinadas casas, nas quais a água fica represada nos quintais.
Cabe destacar, ainda, que a Defesa Civil está monitorando a situação da Lagoa de Grussaí de forma constante. Os dados coletados serão enviados ao Inea, órgão responsável pelas lagoas no estado do Rio de Janeiro, para uma análise criteriosa da situação. “Reconhecemos a necessidade de medidas para amenizar os impactos da elevação do nível da Lagoa. Nosso trabalho é o de buscar alternativas viáveis para solucionar o problema, em conjunto com o Inea e demais órgãos competentes”, pontua o coordenador da Defesa Civil no município, Marco Antônio Ribeiro da Silva.
Na ação realizada na última quinta, para orientar os moradores e também avaliar a situação na Lagoa de Grussaí, além de representantes da Defesa Civil, da Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Públicos e do Núcleo de Controle de Zoonoses, participaram agentes das pastas de Assistência Social e Direitos Humanos, Saúde e Segurança Pública.