02/04/2025
Campos registraram os primeiros casos de febre do Oropouche em 2025. A arbovirose, transmitida pelo mosquito maruim (também conhecido como mosquito pólvora), tem sintomas semelhantes a outras doenças como dengue, zika e chikungunya, incluindo febre, dor nas articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar e mialgia.
Segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde, Charbell Kury, no entanto, ela apresenta características específicas. “O quadro bifásico é um dos principais sinais que diferencia a febre do Oropouche das outras arboviroses. Esse quadro se refere à alternância entre períodos de melhora e recuperação dos sintomas”, destacou o subsecretário.
Charbell ainda explica que a doença possui uma particularidade importante. “O vírus da febre do Oropouche tem um tropismo, ou seja, uma camada maior pela parte neurológica, o que pode gerar complicações, principalmente em gestantes”. O mosquito transmissor, o maruim, é atraído por matéria orgânica, como fezes de animais, sendo comum em áreas de mata e zonas rurais. “Para gestantes, há um risco maior, pois, a exposição ao mosquito pode resultar em complicações neurológicas, como microcefalia no bebê, além de aborto espontâneo e outras doenças no feto”, alertou Kury.
A prevenção da febre do Oropouche requer medidas além do uso de repelentes. “O repelente, por si só, não é suficiente, já que o maruim, diferente do Aedes aegypti, não suga, mas morde”, explica Kury. Ele recomenda o uso de repelente junto com óleos, como óleo de bebê nas áreas expostas da pele, especialmente em gestantes, para evitar picadas.
Em relação à estratégia de combate à febre do Oropouche, o município de Campos adota uma abordagem semelhante à que foi renovada em 2024 para controlar as arboviroses. “A estratégia de 2024 foi muito bem sucedida, resultando em menores números de mortes em relação ao número de casos da história de Campos”, destaca o subsecretário. Esse sucesso será suspenso em 2025 com a inclusão de um protocolo específico para febre do Oropouche, que será adotado nas unidades de saúde, com atenção especial para pacientes com diagnóstico negativo para dengue, zika e chikungunya, mas que apresentem o quadro bifásico específico da doença.
Além disso, o município seguirá o treinamento das equipes de saúde e a intensificação da rede de emergência e urgência, incluindo os hospitais São José e Ferreira Machado, a UPH de Travessão e o Centro de Referência da Dengue (CRD). “Vamos também criar uma rede de regulação para melhorar o atendimento e definir o impacto da doença na cidade”, afirmou Kury.
CASOS EM CAMPOS
Secretaria Municipal de Saúde registrou dois casos de Oropouche até o dia 27 de março: Uma mulher de 57 anos, moradora do Parque Esplanada, e um homem de 48 anos, residente do Parque Califórnia. Ambos apresentaram melhora clínica e não precisaram de internacionalização.