O Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), que funciona na Secretaria Municipal de Saúde, ampliou, a partir deste mês de janeiro, os dias de aplicação da vacina preventiva contra a raiva humana. Anteriormente, segundo o assessor técnico de Imunização da secretaria de Saúde, Leonardo Cordeiro, a aplicação ocorria às segundas, quartas e sextas-feiras, das 8h30 às 17h. “Agora, aplicamos de segunda a sexta-feira, no mesmo horário”, disse Leonardo.
Segundo ele, a medida foi adotada por determinação do Governo do Estado devido ao desabastecimento de soro e imunoglobulina antirrábica no país. Entre janeiro e dezembro de 2022, o CRIE aplicou 2.791 doses.
A vacina é indicada para crianças e adultos, podendo ser administrada antes e após a exposição ao vírus, que é transmitido para as pessoas quando a saliva do animal infectado penetra no organismo, através da pele ou mucosas, por mordedura, arranhadura ou lambedura, mesmo não existindo agressão. A mordida pode ser de cachorro ou outros animais infectados como gato, morcego, cavalo e porco, por exemplo.
Leonardo Cordeiro explicou que, em caso de acidentes por mordedura ou arranhadura por algum animal, a pessoa deve lavar o ferimento com água e sabão e procurar a emergência do Hospital Ferreira Machado (HFM) para avaliação médica.
“Se houver necessidade da vacina, o próprio Ferreira Machado encaminha o paciente para o CRIE. Vale ressaltar que, de acordo com protocolo do Ministério da Saúde, o primeiro atendimento, para avaliar se a pessoa terá que tomar a vacina ou não, tem que ser no HFM, mesmo que a vítima tenha plano de saúde”, disse ele, ressaltando que os profissionais que trabalham em clínicas veterinárias e estudantes do curso de Veterinária também podem tomar a vacina, mediante o encaminhamento de ofício para a secretaria.
A professora Jussara Salles Valle Macedo, 52 anos, precisou buscar atendimento no HFM e depois no Crie, após um cachorro de rua morder sua panturrilha. “Estava indo para a academia que fica na área central, quando passei por uns quatro cachorros que começaram a latir. Ainda tentei espantá-los, mas um deles veio e me mordeu. O ferimento não foi profundo porque estava com calça de ginástica, mas sangrou”, contou a professora, que elogiou o atendimento recebido no Ferreira Machado e no Crie.
“Foram bem atenciosos comigo”, acrescentou. O hospital atendeu, entre os meses de janeiro e dezembro de 2022, 1.723 pessoas vítimas de mordedura de cão e gato.
Segundo a secretaria de Saúde, não há casos de raiva humana no município. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), por meio das campanhas de vacinação de cães e gatos, tem contribuído para a prevenção da raiva animal e, consequentemente, humana.