Secretária de Meio Ambiente presta esclarecimentos sobre saneamento básico

Nesta terça (25), a Câmara de São João da Barra recebeu a secretária Municipal de Meio Ambiente e Serviços Públicos, Marcela Toledo. Ela foi convocada pelo Legislativo para responder questionamentos dos vereadores sobre quais providências estão sendo realizadas em relação ao saneamento básico, mais especificamente sobre a água e o esgoto no município. Em quatro horas de debate, o assunto mais abordado foi a falta de água potável em várias localidades, principalmente no 5º Distrito, que também não possui sistema de rede de esgoto.

A população participou da reunião e pôde fazer perguntas no final. Algumas pessoas levaram cartazes cobrando água nas torneiras – problema que se arrasta há alguns anos. Os vereadores também fizeram questionamentos, alegando que são cobrados o tempo todo pelos munícipes. Foram abordados pontos como: a situação jurídica com a Cedae, esgoto a céu aberto em Grussaí e no Açu, previsão orçamentária em saneamento para 2023, entupimento de bueiro no Açu.

– Esse debate é muito importante porque estamos tendo a oportunidade de ouvir esclarecimentos sobre o que a secretária está fazendo com sua equipe, para a gente poder responder à população que nos cobra – destacou o presidente da Casa, Elisio Rodrigues, solicitando que o município possa resolver o mais rápido possível, o problema da água potável pelo menos para o 5º Distrito e para a Ilha de Grussaí.

Comissão de Meio Ambiente

O presidente da Comissão Permanente de Defesa de Ecologia e Meio Ambiente e morador de Água Preta, vereador Analiel Vianna, relatou o sofrimento que os moradores do 5º Distrito passam com falta d’água. O vereador fez várias críticas, como, exemplo, a demora para a compra de registros. Segundo a secretária, a lentidão ocorreu no processo licitatório, pois foi difícil achar fornecedor do produto. Analiel também perguntou se não poderia ter mais caminhões-pipa para abastecer locais que não têm água. Segundo ela, o poço de Mato Escuro não consegue atender a demanda atual. Daí, não se pode ampliar novos caminhões pegando água no mesmo ponto que não consegue abastecer a população. Vai precisar do novo poço de Bajuru para aumentar a oferta de água, ampliar as caixas d’água e sanar o problema.

O que o município tem feito

Marcela Toledo enumerou algumas ações que estão sendo tomadas pelo Executivo, como por exemplo, um estudo técnico para a obra de um poço na sede. Disse também que a sede passa por um problema: a intrusão salina, que acaba gerando a paralisação da captação em alguns momentos, afetando a distribuição. A secretária disse, ainda, que a Cedae, é a operadora do sistema no município, mas acaba pecando em muitas situações.

Sobre o 5º Distrito, Marcela explicou que o sistema em Sabonete e Mato Escuro é realizado pelo próprio município, que enfrenta um grave problema: o uso irregular da água por parte da população. Por causa do desperdício, segundo ela, outras localidades acabam sendo prejudicadas. É o caso de Bajuru, que depende de Mato Escuro. “Á água não chega na quantidade que precisa, e em Azeitona a água nem chega”, disse, acrescentando que a solução é construir novos poços. O município conseguiu, no último dia 14, autorização ambiental para a perfuração do poço de Bajuru. O projeto visa interligar a rede que falta com o sistema de Campo de Areia. Assim, resolverá o problema em Cazumbá, Campo de Areia, Bajuru e Azeitona.

Coleta e Tratamento de Esgoto

Sobre a questão da coleta e tratamento de esgoto, Marcela destacou que o município tem recursos de emendas parlamentares no valor de R$ 4 milhões para a rede de Atafona e de R$ 6,5 milhões para a rede e a estação de tratamento de Barcelos. Segundo ela, a secretaria vem avançando no quesito, aguardando, por exemplo, a aprovação da Funasa para o esgotamento sanitário de Atafona. Sobre os 10% dos trabalhos que faltam para concluir a obra da ETE da BR-356, disse que o município já destinou R$ 2 milhões para a conclusão, mas faltava a licença de instalação. Marcela também anunciou a chegada de bombas de rede de esgoto para substituir as usada na Sede, que já perderam sua vida útil.

A respeito do novo marco do saneamento, explicou que o município iniciou, com recursos do ICMS ecológico, a elaboração do processo de concessão para os serviços de saneamento, sob a responsabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV), visando traçar as metas de universalização nos serviços de abastecimento de água potável e de esgotamento sanitário. No início de sua apresentação, Marcela destacou que saneamento básico é um componente diverso e precisa trabalhar cada tema de forma específica.